Sem médicos, não há SUS
Desiré Carlos Callegari
e-mail: desireimprensa@cfm.org.br

Aproximadamente 55% dos médicos brasileiros, mais precisamente 190.496 médicos, estão vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o estudo Presença do Estado no Brasil, divulgado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O dado nacional confirma aquilo que, desde 2007, o Cremesp já havia identificado no Estado de São Paulo, que o SUS é hoje o maior empregador de médicos no país.

Este é mais um superlativo para aquele que é um dos mais robustos sistemas públicos de saúde do mundo. Se é verdade que o SUS não existe sem os médicos, também é peremptório que os médicos e suas entidades representativas assumam definitivamente a defesa permanente do SUS. É o que pensa o Conselho Federal de Medicina (CFM) e as entidades médicas que integram a Comissão Nacional Pró-SUS, conforme a “Carta de Porto Alegre”, redigida após encontro em 20 de novembro, ressaltando o apoio integral ao Sistema Único de Saúde, efetivo e que atenda às necessidades da população e de valorização dos profissionais.

Reconhecemos e temos orgulho dos méritos do SUS que os médicos ajudaram a construir, como a queda da mortalidade infantil, o surpreendente volume de transplantes, a referência no tratamento da Aids,  a vacinação universal e eficaz e a ampliação da atenção básica e do acesso a medicamentos.

O SUS realiza mais de 600 milhões de consultas médicas e 12 milhões de internações por ano, só para citar dois exemplos da presença maciça dos médicos na vida dos 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do sistema público. Daí vem a nossa disposição em buscar a superação do que consideramos ser três grandes fragilidades que ameaçam o SUS:

1) o subfinanciamento, que exige a votação urgente na Câmara dos Deputados do Projeto de Regulamentação da Emenda Constitucional 29; 
2) a má gestão, que requer enfrentarmos a discussão sobre novas modalidades que sejam capazes de promover mais eficiência com o pouco recurso disponível;
3) as péssimas condições de remuneração e trabalho, o que incluiu implantar a CBHPM, o plano de carreira e o salário mínimo profissional, e rever os vínculos precários dos médicos que atuam em cooperativas, OSs, filantrópicas e outras instituições com as quais o SUS mantém contratos e  parcerias.

Resoluções de ano novo
Renato Françoso Filho

No fim do ano, como todos os anos, somos tentados a refletir sobre o que fizemos, como empatamos a vida, o que crescemos, o que e por que perdemos e vibramos com tudo que ganhamos. É o tempo da revisão da nossa vida ao tempo que planejamos o novo ano. Estabelecemos metas, nos propomos a realizar cem mil coisas, com a certeza de que muitas delas jamais serão sequer lembradas. Não importa. O que vale é que nos demos a satisfação de imaginar o que será parte de nossa realização no ano que vem.

Este é o tempo em que grande parte de nós diminui o ritmo das cirurgias, do consultório e, quando possível, passamos os plantões para os mais jovens e ficamos um pouco mais com a família e com os amigos. Isto quando ainda os temos e já não os perdemos, pois não temos cultivado e zelado por eles durante todo o ano que passou, dado o ritmo alucinante de nossa vida dedicada aos pacientes, congressos, cursos, estudos e plantões.

Mas, é claro, no ano que vem vamos mudar de vida! Desta vez é pra valer!

Este é o tempo também em que escrevemos sobre o que fizemos nas nossas entidades, as conquistas e avanços. Não cederei a esta tentação. Quero apenas, neste espaço, agradecer-lhe por todo o apoio que recebemos, pelo seu alinhamento com nossas lutas, pelo incentivo às propostas. Mas, mais que isto, quero agradecê-lo por você continuar a trabalhar pelas pessoas. Por você continuar a atender bem a seus pacientes, mesmo não tendo o reconhecimento pleno que é merecedor. E por reconhecimento, me refiro ao seu sentido mais amplo, que envolve gratidão, respeito, honorários dignos, condições de trabalho.

Você já está cansado de ouvir dizer que as entidades lutam por tudo isto e as nossas condições profissionais continuam ruins. Imagine se não tivermos entidades combativas. Onde estaríamos?

Hoje, porém, quero dizer-lhe que no ano que vem muita coisa boa, que vem sendo objeto de luta há anos, deverá começar a acontecer. Devo afiançar que este discurso não seja apenas mais uma daquelas metas que projetamos sabendo que não serão atingidas. Se continuarmos a trabalhar corretamente, vamos chegar lá.

Feliz Ano Novo!

*Desiré Carlos Callegari (titular) e Renato Françoso Filho (suplente) são representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina

Atividades da presidência
Além das atividades internas do Conselho, Henrique Carlos Gonçalves, na condição de presidente do Cremesp, participou dos seguintes eventos:

Presidente do Cremesp prestigia
Congresso Brasileiro de Psiquiatria

O presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves, participou, em 4 de novembro, do cerimonial de abertura do XXVII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no Transamérica Expo Center. Organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em conjunto com o Centro de Estudos do Instituto de Psiquiatria da USP e o Centro de Estudos Paulista de Psiquiatria da Unifesp, o evento reuniu mais de 6 mil participantes, entre psiquiatras, médicos de outras especialidades e outros profissionais de saúde mental. Considerado como o encontro máximo da psiquiatria brasileira e latino-americana, o congresso ofereceu cursos, conferências, simpósios, fóruns, sessões especiais, workshop e mesas-redondas.

CREMESP EM NÚMEROS - Outubro/2009

Atendimento
Atendimentos presenciais nas delegacias: 7.193
Atendimentos na sede: 3.776
Atendimentos na sub-sede Vila Mariana: 3.012
Consultas respondidas: 1.519
Levantamentos de temas éticos realizados pela biblioteca: 1.329

Atividade Judicante dos Conselheiros
Denúncias recebidas: 370 
Audiências realizadas: 131
Oitivas realizadas: 195
Processos abertos: 36
Processos julgados: 48
Processos em andamento: 2.944

Infraestrutura operacional
Câmaras técnicas: 32
Comissões de ética médica: 973
Conselheiros: 42
Delegacias: 32
Delegados: 244
Funcionários: 315

Outras atividades
Comissões de ética médica capacitadas: 1
Cursos de Educação Médica Continuada: 5
Eventos diversos: 4
Fiscalizações a locais de trabalho: 62
Julgamentos simulados: 4
Reuniões de Câmara Técnica: 14
Participações de conselheiros em palestras e eventos: 20
Plenárias de Conselheiros: 4
Títulos disponíveis na biblioteca: 2.121

Registros
Médicos registrados: 101
Empresas registradas: 171