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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
“Seguiremos firmes na defesa da carreira de Estado, da ampliação da Residência Médica e da qualificação dos cursos de Medicina.”


ENTREVISTA (pág. 3)
Antonio Carlos Forte, superintendente da Sta. Casa de Sâo Paulo


ESCOLAS MÉDICAS (pág. 4)
A abertura de novas escolas e o futuro do ensino médico no país


INFRAESTRUTURA (pág. 5)
Nova resolução pode contribuir para a modernização de clínicas privadas


MEDICINA DE TRÁFEGO (pág. 6)
Educação pode reduzir o número de acidentes fatais no trânsito


SAÚDE DA MULHER (pág. 7)
O parto domiciliar na visão da Câmara Técnica de Saúde da Mulher do Cremesp


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 8)
Assembleia estadual está agendada para 30 de junho, na APCD


CIRURGIA PLÁSTICA (pág. 9)
Normatização traz maior segurança para procedimentos da especialidade


CONED (pág. 10)
Projeto é apresentado ao Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas


ANVISA (pág. 11)
Reuniões com a Anvisa discutem anorexígenos e comercialização de materiais especiais


COLUNA DO CFM (pág. 12)
Representantes do Estado de São Paulo no CFM


EDUCAÇÃO CONTINUADA (pág. 13)
Interior paulista sedia módulos de atualização profissional do Cremesp


LEGISLAÇÃO (pág. 14)
Resolução CFM nº 1.965/2011


ÉTICA E BIOÉTICA(pág. 15)
Orientações práticas da Associação de Medicina Intensiva Brasileira


SAÚDE DA FAMÍLIA (pág. 16)
Parecer aprovado pela CT de Bioética responde à dúvida de colega sobre prontuário familiar


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Edição 282 - 06/2011

ENTREVISTA (pág. 3)

Antonio Carlos Forte, superintendente da Sta. Casa de Sâo Paulo


Crise ameaça pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pode fechar as portas do maior pronto-socorro público da capital, caso não consiga recursos financeiros dos governos municipal, estadual e federal. A situação do atendimento ao SUS se agravou em 2010 e tem piorado em 2011 com o aumento de 30%, em um ano, no número de atendimentos em pronto-socorro, registrando 1.030 pacientes por dia. O déficit acumulado até abril era de R$ 123 milhões, acrescido de R$ 10 milhões por mês. A situação foi contornada com um aporte de R$ 10 milhões, feito pela Secretaria de Estado da Saúde, em maio, recurso emergencial que garantirá o atendimento ao SUS até o final de junho. Nesta entrevista, Antonio Carlos Forte, superintendente do hospital, relata como a entidade vem resistindo à crise.

O pronto-socorro da Santa Casa enfrenta uma crise financeira sem precedentes. O que ocorre?
Temos quatro modalidades de atendimento na Santa Casa: as organizações sociais estaduais e municipais, a assistência à saúde suplementar e o SUS, com contabilidades diferentes. A entidade possui ainda imóveis, cuja renda de locação subsidia o atendimento público no Hospital Central, Hospital Geriátrico e de Convalescentes Dom Pedro II, Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental e Centro de Saúde Escola Barra Funda. Mas o SUS nos dá prejuízo e a crise financeira atinge os quatro. Temos 1.180 leitos e fazemos 32 mil internações, 20 mil cirurgias e 390 mil atendimentos de emergência por ano. Os recursos de tabela que recebemos do governo destinados ao SUS e a verba que o Ministério da Saúde dirige ao hospital de ensino cobrem apenas 60% do custo.

O pronto-socorro da Santa Casa é o maior e mais antigo da cidade de São Paulo.  Em que medida essa posição a torna vulnerável?
Atendimento eletivo eu controlo, pronto-socorro não. E a emergência invade o hospital na medida em que um atendimento de trauma de crânio, por exemplo, vira cirurgia. Depois, o paciente precisa ficar 40 ou 50 dias internado, com alto risco de infecção, o que por sua vez gera um prazo ainda maior de permanência no leito. É preciso haver uma gestão melhor das organizações públicas e da destinação final dos recursos para que essas verbas cheguem efetivamente a nós. Estamos há anos sem reajuste de contrato, desde 2004.

Como a Santa Casa administra a situação?
Precisamos mensalmente de R$ 34 milhões, o que gera dívidas de R$ 10 milhões. Tivemos um déficit total de R$ 83 milhões em 2010, além do deste ano, que já está em R$ 40 milhões. Antigamente, o aluguel de imóveis e o ensino médico da Santa Casa sanava essa carência de verbas públicas, mas isso não acontece há tempos. Apesar disso, nossa folha de pessoal está sendo paga em dia e não temos falta de material ou de medicamentos.

Que articulações estão sendo feitas pelo governo?
O discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está correto quando diz que não adianta apenas dar dinheiro para a Santa Casa. Ele é necessário para que o pronto-socorro não seja fechado e deixe de gerar déficit. Mas a dívida não é nossa, pertence ao sistema público e deve ser equacionada. Não podemos ser uma instituição de porta aberta, e sim da rede referenciada. Por exemplo,  somos referência em neurologia. Então, avaliamos, fazemos tomografia e, se não é um caso cirúrgico, o paciente deveria voltar para outro hospital. Mas isso não acontece, ele acaba ficando na Santa Casa. Há também pacientes com alta no pronto-socorro, mas que permanecem porque são moradores de rua ou não têm família. Isso é uma contra-referência.

O que os governos municipal, estadual e federal estão fazendo para reverter o déficit financeiro da Santa Casa?
O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, reuniu o secretário municipal e representantes do Ministério da Saúde num primeiro encontro, em 19 de maio. Foram criadas comissões financeira e de regulação e recebemos um aporte emergencial de R$ 10 milhões da Secretaria de Estado da Saúde, suficiente para manter o funcionamento até o final de junho. Se não conseguirmos resolver a situação, teremos de paralisar o atendimento, o que seria uma catástrofe.

Que cenário seria ideal para garantir uma estrutura mínima para a Santa Casa no curto prazo?
A Prefeitura criar uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) na porta do pronto-socorro (PS) da Santa Casa. Também é preciso referenciar nosso PS e adotar uma rede de contrarreferência. O governo, que é o comprador de nossos serviços, tem de dizer o que quer que a Santa Casa faça, já que a população tem direito constitucional ao atendimento à saúde.

Existe a possibilidade de a Santa Casa obter recursos por meio da ampliação do atendimento aos planos e seguros de saúde?
Não queremos misturar o atendimento ao SUS com pacientes particulares e de planos de convênios porque não acreditamos nessa fórmula. É irreal esses dois tipos de pacientes na mesma fila. Torna-se inevitável a preferência por pacientes particulares. Queremos manter essas duas operações em instalações separadas, atendendo os pacientes das operadoras de saúde no Santa Isabel. O hospital, sob nossa administração, gera R$ 8 milhões para a Santa Casa, a princípio para compra de equipamentos, mas esse valor está sendo utilizado para o custeio do SUS.

Há formas alternativas de auxílio financeiro?
Temos a campanha Cupom é Vida, em que a pessoa física pode doar a Nota Fiscal Paulista sem CPF para a Santa Casa. Cadastramos 400 mil notas por mês, que já renderam R$ 2,5 milhões em um ano. O recurso será destinado à criação do Centro de Medicina Paliativa Infantil, para 400 crianças, que tem orçamento de R$ 5 milhões. Também desenvolvemos a loteria Mega Sena Santa Casa dá Sorte, em parceria com a Caixa Econômica Federal. A cada R$ 4 do valor do jogo, R$ 2 são doa-dos à humanização das enfermarias da Santa Casa.


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