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INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág.5)
Saúde da mulher


SAÚDE PÚBLICA(págs. 6 e 7)
Zika vírus: explosão de casos


EXAME DO CREMESP 2015 (pág.8 e 9)
Avaliação acadêmica


TRABALHO MÉDICO (pág. 10)
Saúde suplementar


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Edição 333 - 01-02/2016

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág.5)

Saúde da mulher


Caism é pioneiro nos cuidados integrais
à saúde da mulher

Hospital universitário da Unicamp implantou serviço que reduz
a uma única visita
todo o procedimento de rastreamento
e exames do câncer de mama


Sarian: "Acompanhamos toda a história de saúde da mulher"

 

O prédio de tons róseos que se destaca entre as unidades da Unicamp, em Campinas, abriga as instalações do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism). Não é um hospital como os outros: o centro é um marco nos cuidados à saúde da mulher na sua integralidade, atuando com um programa de saúde voltado a todas as fases de sua vida e não só à materna, como acontecia antes de sua fundação, em 1986, tanto no Brasil como em muitos países.

O Caism, que completa 30 anos neste mês de março, transformou-se em um programa de atendimento integral, que se irradiou para outras instituições. Na Unicamp, tem o nome de Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (1934-2009), uma homenagem ao médico que participou da criação do Caism ao lado do professor Anibal Faúndes.

A política de atenção integral teve início no País em 1983, quando o Ministério da Saúde lançou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism). O Caism veio em seguida (veja no box abaixo/ao lado). “Acompanhamos toda a história da saúde da mulher, desde a gestação, cuidados em neonatologia, questões de fertilidade, menopausa e atenção a pacientes com câncer”, diz Luis Otávio Zanatta Sarian, superintendente do Caism.

“Dois outros pontos fazem do Caism um centro de referência. Um deles é o fato de ser um hospital universitário como unidade da Unicamp, o que o mantém ligado com múltiplas linhas de pesquisas em neonatologia, pediatria, anestesiologia, oncologia ginecológica, mastologia, obstetrícia”, observa Sarian. O departamento de Ginecologia, por exemplo, embora ligado à Escola Médica da Unicamp, fisicamente está dentro do Caism. Outro diferencial “é que se trata de um centro formador de opinião e referência nacional e internacional na área da saúde da mulher”, explica.


Visita única

O Caism também implantou um serviço que reduz a uma única visita todo o procedimento de rastreamento e exames do câncer de mama, da consulta à biópsia – procedimentos que toma semanas ou meses em outras instituições. O serviço é todo realizado dentro do Centro de Atendimento de Alta Resolutividade em Mastologia, chamado de Care. Em uma única consulta, a mulher realiza todos os exames e, se for o caso, faz o planejamento da cirurgia. O serviço reduz o estresse e o desconforto dos deslocamentos da mulher e, sobretudo, antecipa o início do tratamento. “O grande diferencial, proposto pelo professor Pinotti, é que todos os procedimentos ocorresse em uma única instituição, e é isso o que o Care está fazendo”, diz Sarian.

O Caism tem 139 leitos, 1,2 mil funcionários e fez 86.905 consultas ambulatoriais e 8.355 internações em 2014. A ocupação do hospital foi de 79%, o atendimento é exclusivamente pelo SUS e sua região de abrangência engloba 42 municípios e quase 5 milhões de pessoas. Em 2014, foram realizados 2.614 partos, sendo 1,5 mil vaginais e 1.114 cesáreas. A porcentagem de 43% para as cesáreas, considerada alta, deve-se ao grande número de gravidez de alto risco. Com esse perfil de paciente, “nossa meta é ficar abaixo dos 45%, o que estamos conseguindo”, diz Sarian.

Maior hospital do inte­rior do Estado voltado para a saúde integral da mulher, o Caism busca recursos para sua expansão. Toda a área física está ocupada e a intenção é construir um novo prédio que abrigue a ala hospitalar. “A demanda deve dobrar nos próximos cinco anos”, diz o superintendente. O ponto de estrangulamento se concentra na neonatologia e deve atingir a obstetrícia, pelo fato de as mulheres estarem tendo filhos mais tarde. E a oncologia deve aumentar em muito a demanda, por conta do envelhecimento da população.

O Caism já conta com laboratório e equipe técnica aprovados pela Anvisa para reprodução assistida. “O único problema é que ela não é custeada pelo SUS. Estamos buscando, dentro do nosso planejamento estratégico, obter um subsídio para esses procedimentos. Os tratamentos e a inseminação artificial já são feitos rotineiramente”, diz Sarian.

 


Programa para vítimas da violência sexual


A preocupação com a integralidade da saúde ganhou força nos anos 1970, com debates que chamavam a atenção para a exclusão da mulher dos programas oficiais. “A mulher era vista apenas como mãe”, diz Aníbal Faúndes, professor emérito da Unicamp e um dos “militantes” mais ativos pelos direitos da mulher. Sua trajetória – ao lado do professor Aristodemo Pinotti – é anterior à fundação do Centro de Pesquisas Materno-Infantis de Campinas (Cemicamp). Fundado pelos dois professores em 1977, o Cemicamp é uma ONG que atua como braço ligado à Unicamp e é dirigido por Faúndes. “Essas iniciativas levaram à criação do Paism, em 1983 e, três anos depois, do Caism. Era o reconhecimento de que a saúde da mulher merecia um tratamento especial”, relata.

Uma das preocupações da época – e que ainda domina o debate sobre violência e saúde reprodutiva – é a polêmica do aborto. A lei brasileira autoriza a interrupção da gravidez em caso de estupro – entre três motivos –, mas uma pesquisa, do início dos anos 1980, mostrou que apenas três hospitais no País tinham feito alguma vez um aborto legal. Além do Caism, somente os hospitais Fernando Magalhães, do Rio, e o do Jabaquara, de São Paulo, tinham realizado esse procedimento.

Nos debates e encontros entre especialistas, constatou-se que o direito ao aborto por estupro era apenas parte do problema. “Chegamos à conclusão de que não era justo nos preocuparmos apenas com a ponta do iceberg. Não estávamos prestando atenção às mulheres agredidas ou violentadas que engravidavam ou não. Começou aí o programa de atenção à saúde da mulher que sofre violência sexual. Foi então que convidamos a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que criou a Comissão Nacional Contra a Violência Sexual, e o programa agora é previsto em lei”, diz Faúndes.

 

 


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