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Rosa Maria Marques


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Hospital Municipal Dr. Moisés Deutsch


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Edição 342 - 11/2016

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)

Hospital Municipal Dr. Moisés Deutsch


M’Boi Mirim reduz espera por cirurgias adotando
métricas de qualidade


O hospital tem baixa rotatividade de profissionais, treinamento contínuo e participação de usuários na gestão


Hospital M'Boi Mirim é referência na região da extrema
Zona Sul da Capital

 

Quando o Hospital Municipal Dr. Moisés Deutsch (mais conhecido como M´Boi Mirim) foi criado, em 2008, já se imaginava o tamanho do desafio que teria pela frente. De um lado, o hospital nascia encravado em bairros com alto índice de violência e grande número de jovens, os Jardins Ângela e São Luís; e à beira da estrada que leva seu nome e que, ao longo dos seus 16 km de extensão, é uma das vias campeãs em acidente. M´Boi Mirim quer dizer “rio das cobras pequenas”, na linguagem indígena. De outro lado, o hospital chegava com a missão de ser referência para 3,5 milhões de moradores da extrema Zona Sul da Capital.

Nesse curto espaço de tempo, o hospital conseguiu mais do que ser a porta de entrada de urgência e emergência para uma das regiões mais carentes de serviços de São Paulo. Ainda assim, mesmo com a abertura de seus 240 leitos, a Zona Sul tem hoje 0,3 leitos por 1 mil moradores, dez a 15 vezes menos do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). “É a densidade mais baixa de leitos da cidade”, afirma Antonio Bastos, diretor do M´Boi Mirim.


Conquistas
Apesar do cenário adverso, Bastos destaca que, mesmo se dedicando à urgência e emergência, o hospital aderiu ao Projeto Eletivas, um programa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) para reduzir a espera pelas cirurgias, que se prolongava por mais de dois anos. Só de janeiro a agosto deste ano, o hospital fez 2.120 dessas operações. “Um feito incomum para um hospital com alta taxa de ocupação em uma região com baixíssimo número de leitos”, diz o diretor. A julgar por pesquisa feita pelo hospital, pacientes que passaram pelas cirurgias aprovaram o atendimento:  97% deles disseram que o médico esclareceu as dúvidas, 100% gostaram do atendimento da equipe e 97% indicariam o hospital para outras pessoas.

O M´Boi Mirim se tornou o primeiro hospital municipal do País a conquistar a acreditação nível 3, de  Excelência em Gestão, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), em 2012. Bastos também cita a baixa rotatividade dos profissionais, o treinamento contínuo da equipe médica, além de um Conselho Gestor da Comunidade, com representantes dos moradores.

Metas
Para o diretor, isso é decorrência de dois fatores-chave para uma gestão eficaz e humanizada. Um deles é o compromisso com os valores da instituição, como “ética, transparência, qualidade e respeito”. O outro é o contrato de gestão assinado entre o hospital, a SMS-SP e a Organização Social de Saúde (OS) Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), que mantém parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein.

“O contrato de gestão estabelece metas de produção e de qualidade que têm a ver com o perfil populacional e a capacidade instalada do hospital, e que implicam corte nos repasses, se não forem atingidas”, conta Bastos. Por exemplo, o hospital deve realizar 1.320 internações por mês e um mínimo de 16 mil atendimentos no pronto-socorro, além de determinado volume de cirurgias, de exames diagnósticos, entre outras métricas. Do contrário, o hospital pode deixar de receber, por exemplo, 10% dos repasses estabelecidos.

Há também as metas qualitativas, como a exigência de haver uma comissão de infecção hospitalar ativa, que emita relatórios; uma comissão de prontuários, que faça revisão quantitativa e qualitativa dessas informações; resumos de alta; e apontamento das cesáreas.

Tão importante quanto as metas de gestão é o fato de toda a administração do hospital ser guiada por um programa de acreditação, o que implica ter mé­tricas de qualidade, ações de melhorias e planos de trabalho com a segurança do paciente. “Temos um sistema de notificação para eventos adversos e um comitê de segurança, que discute sobre a liderança e os profissionais”, afirma.

Desde 2010, o Hospital M’Boi Mirim mantém  estágio para 15 especialidades no formato de Residência Médica SUS e Hospital Albert Einstein. Os residentes dividem o tempo entre a atenção básica e o aten¬dimento hospitalar. Nesse período, 80 residentes se formaram.

 



Baixa rotatividade de médicos

As queixas comuns de hospitais de periferia sobre a dificuldade de contratação e fixação de médicos não encontra eco no M’Boi Mirim. Lá, a rotatividade dos médicos em 2012 era de 44%, ou seja, quase metade da equipe era trocada em um ano. Mas de janeiro a setembro deste ano, a taxa foi de 12%. “Um aspecto importante para o médico é a estrutura. E aqui não faltam medicamentos, há manutenção preventiva de equipamentos, a equipe de cirurgia conta com laparoscópios e o corpo clínico se reúne a cada dois meses para discutir eventos adversos”, diz Antonio Bastos, diretor do hospital.

Outro fato que contribui para fixar a equipe, segundo o diretor, é o Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), que fica atento ao clima e movimento das pessoas nas salas de espera, especialmente de urgência e emergência, espaços, em geral, onde mais ocorrem violências contra a equipe médica. Além de receber as reclamações como uma ouvidoria local, o SAU tem um trabalho preventivo. “Se no pronto-socorro está havendo uma espera maior, e se notamos ali uma pessoa mais exaltada, alguém do SAU será acionado para conversar e assim evitar um possível desentendimento. É uma ação de acolhimento”, explica.

Como resultado, o número de queixas registradas é de 0,4%, ou quatro reclamações em 1 mil passagens, índice comparável a bons hospitais privados.
 
Outro mecanismo que contribuiu para o “apaziguamento” das relações entre equipe e usuários é o Conselho Gestor da Comunidade. “Prestamos contas aos conselheiros todos os meses. Compartilhamos as informações e mantemos com eles uma relação de respeito e transparência. Essas pessoas têm grande influência na comunidade, com isso, reduzimos inclusive a violência contra os profissionais”, relata.

 

 


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