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27-09-2019 |
Setembro Amarelo |
Prevenção do suicídio e seus aspectos éticos e legais são discutidos em ciclo de palestras no Cremesp |
Em sua apresentação, o psiquiatra e coordenador do Ambulatório Integrado de Bipolares do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (Gruda) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP), Diego Tavares, mostrou como médicos de diferentes especialidades podem aprender a identificar e prevenir o comportamento suicida entre seus pacientes. Ele destacou a importância da atenção e da anamnese para identificar o comportamento suicida, que possui determinantes multifatoriais e é resultado de uma complexa interação de fatores físicos, químicos, psicológicos, biológicos (incluindo a predisposição genética), culturais e socioambientais. “Praticamente todos os indivíduos que cometem suicídio, independentemente de atender a todos os critérios para o transtorno psiquiátrico, mostram evidências de desesperança, humor deprimido, ideias de suicídio e descontrole do impulso”, observou Tavares. Segundo o psiquiatra, os estressores sociais são únicos na história de vida de determinado paciente, mas destacou que o comportamento suicida é, na maioria dos casos, uma condição patológica de base cerebral e que requer uma predisposição prévia. Ressalta que o ambiente, por mais estressor e aversivo que seja, não é capaz de, isoladamente, desencadear o suicídio sem que a pessoa carregue consigo essa tendência à desregulação cerebral. Enfatizou ainda que o suicídio não deve ser visto como um comportamento deliberado ou uma condição psicológica, mas sim como doença. “As doenças psiquiátricas ocorrem no cérebro em pessoas com predisposição genética e expostas a gatilhos estressores”, esclareceu. Tavares também apresentou dados sobre a epidemiologia do suicídio, indicando que, no Brasil, as autoagressões, automutilações e tentativas de suicídio são mais frequentes entre as mulheres (66%) que nos homens (34%), mas a mortalidade é maior entre estes (80%), principalmente na faixa etária acima dos 70 anos. Aspectos éticos e legais Alberto também destacou aspectos importantes da conduta do médico. “É necessário observar os princípios básicos do Código de Ética Médica, de beneficência, não maleficência, autonomia, confidencialidade e justiça. Além do Artigo 122, do Código de Processo Penal, que estabelece como crime “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que faça”, exemplificou. Segundo ele, na questão do sigilo, quando o que está em jogo é a proteção da vida e o bem-estar do paciente, ele pode ser quebrado, mas o ideal é que se estabeleça uma relação de confiança entre médico e paciente. O conselheiro ressaltou ainda que o profissional deve ficar atento aos aspectos legais do preenchimento do prontuário. “É necessário documentar no prontuário do paciente a possibilidade de suicídio”, orientou. Segundo ele, o médico deve fazer uma avaliação contínua do paciente, sendo afirmativo em suas anotações, declarando o que fez e por que fez. Também é importante documentar suas preocupações com a totalidade do tratamento e as condutas, enfatizando o envolvimento de outras disciplinas, e explicitar sua decisão de hospitalizar ou não o paciente. O encontro também contou com a participação do coordenador da Assessoria de Comunicação do Cremesp, Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo, e da diretora 1ª tesoureira, Christina Hajaj Gonzalez, eleita para representar a Regional São Paulo no Conselho Federal de Medicina, durante a gestão 2019-2024. |